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domingo, março 10, 2013

Estudo: A Universalidade do pecado


A explicação bíblica sobre a universalidade do pecado está em que Adão e Eva, pessoas humanas literais, foram criados em estado de inocência, por um ato divino. Em seguida, foram tentados, e caíram no pecado. Isso impôs a mortalidade, a degradação e a desintegração. Esse ato de pecado, e seu estado resultante, foram então transferidos para a raça humana inteira, devido à conexão da raça com Adão.
O apóstolo Paulo introduziu essa maneira de pensar no Cristianismo, no quinto capítulo da Epístola aos Romanos: “... por um só homem entrou o pecado no mundo”, v.12. Paralelamente, Paulo via em Cristo o Segundo (ou último) Adão, no qual há uma perfeita justiça, que pode ser imputada a todos os homens, tal como nos foi imputado o pecado do primeiro Adão. Um pouco antes, no cap. 3, ele registra que “todos pecaram e carecem da glória de Deus”, v.23, demonstrando a sua visão sobre a universalidade do pecado.
Champlin analisa que nos escritos rabínicos não há qualquer ensino claro sobre o pecado adâmico transmitido à raça humana. “No entanto, visto que Paulo era fariseu, é perfeitamente possível que a abordagem dele sobre a questão tivesse surgido no  judaísmo helenista, não tendo sido originada por ele”. Ele admite, todavia, que alguns teólogos usam a passagem do Sl. 51.5 como texto de prova veterotestamentária quanto à questão do pecado original e da universalidade do pecado: “Eu nasci na iniqüidade, e em pecado me concebeu a minha mãe”.

O mesmo autor analisa a natureza do pecado sob duas dimensões: 


1) O pecado é cósmico em sua natureza. Nenhum ser humano peca sozinho. O pecado sempre fará parte de uma rebelião cósmica contra Deus e contra a retidão. 1 Jo 5.18 enfaticamente assevera que aquele que “pratica o pecado” é do diabo. Esse ser maligno é intitulado “deus deste mundo”, 2 Co 4.4, e muitos são seus súditos e escravos. Será necessária uma providência cósmica para remover o pecado, e o julgamento tomará conta disso. 
Os apóstolos do Senhor entendiam a natureza cósmica do pecado e como ele passou para toda a humanidade: “Se dissermos que não temos pecado nenhum, a nós mesmos nos enganamos, e a verdade não está em nós”, 1 Jo 1:8. “Se dissermos que não temos cometido pecado, fazemo-lo mentiroso e a sua palavra não está em nós”, 1 Jo 1:10. O profeta Isaías também via toda a humanidade desviada do propósito divino: “Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desvia pelo caminho, mas o Senhor fez cair sobre ele a iniqüidade de nós todos”, Is 53.6.
Alguns textos em Salmos demonstram que o homem não é pecador porque peca 
mas que ele peca porque é pecador: “Eu nasci na iniqüidade, e em pecado me concebeu a minha mãe”, Sl 51.5. “Desviam-se os ímpios desde a sua concepção; nascem e já se desencaminham, proferindo mentiras”, Sl 58.3. “Todos se extraviaram e juntamente se corromperam; não há quem faça o bem, não há um sequer”, Sl 14.3. Tais textos demonstram uma das formas da universalidade do pecado se manifestar: o pecado original ou congênito, que é a natureza pecaminosa que todo ser humano herda ao nascer. A natureza pecaminosa é a capacidade e inclinação humana para fazer tudo aquilo que nos torna reprováveis aos olhos de Deus.

2) O pecado também é pessoal. Embora as forças satânicas forneçam a agitação (ou tentação para o pecado, cf. Ef 6.11ss.), o indivíduo é responsável pelas suas ações, e, portanto, ele é convocado a arrepender-se. O homem não pode alterar o quadro cósmico, mas pode ser pessoalmente redimido. Se fomos gerados em pecado, somos pecadores. Se o homem não reconhecer que é pecador, jamais poderá ser salvo, porque Jesus veio para salvar os pecadores, Lc 19.10.
Esta é a segunda natureza do pecado: o pecado ativo ou direto, que são os pecados cometidos inconsciente ou conscientemente pelo homem. A natureza pecaminosa conduz o homem a uma depravação total, cf. Rm 1, e a uma absoluta falta de mérito perante o seu Criador. A conseqüência do pecado é a morte. Concluindo, a aceitação teológica reúne a interpretação do “pecado original”, onde todos os homens participam do pecado “em Adão” (e contra esse pecado é que o juízo foi proferido) com a interpretação de que cada indivíduo tem o seu próprio pecado. Ambas as modalidades o condenam.
Isso está em consonância com os princípios ensinados em Romanos 2.6: o de que             cada um será finalmente julgado de acordo com suas próprias obras. Como diz Champlin: “O pecado de Adão é a raiz; os pecados da humanidade são os ramos; os pecados individuais são os frutos. A sentença de julgamento recai sobre a árvore inteira, e não apenas sobre uma parte da mesma”.

Por Alaid S. Schimidt
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