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terça-feira, janeiro 29, 2013

Estudo: A obra da restauração e suas fases


Salmo 126 (Leia aqui)

Com o encerramento de mais um ano e o inicio de outro, uma mistura de sentimentos ocupa nosso coração. Pra muitos, os sentimentos são os melhores possíveis, no entanto, pra outros, os sentimentos são ruins e desagradáveis. Para os que recebem o novo ano bem, é uma oportunidade que estão vendo das coisas melhorarem e assim poderem crescer, já para os que possuem sentimentos contrários ao do primeiro grupo, essas pessoas encaram o novo ano, como mais um ano de suas vidas, onde não veem melhora e com isso, nem crescimento. Porém Deus deseja, que qualquer que seja os sentimentos que ocupem o nosso coração, seja de alegria ou de tristeza, devemos ter consciência de que precisamos da ajuda de Deus, para melhorarmos, crescermos e frutificarmos, por isso, devemos entregar tudo nas mãos d´Ele, pois Ele sabe o que fazer, quando fazer e como fazer.

No texto que lemos, podemos observar uma mistura de sentimentos daqueles que estão envolvidos no contexto deste salmo. Estes sentimentos refletidos no salmo descrevem três períodos na vida do povo de Israel. Estes períodos são os seguintes: o passado (v.s. 1-3), o presente (v.s. 4) e o futuro (v.s. 5 e 6). Estes períodos nos revelam lições importantes, para que venhamos notar que o poder restaurador de Deus não muda, não falha e tampouco acaba, o Senhor restaurou no passado e restaura no presente.

1º Ter um olhar analítico para o que passou com gratidão; (v.s.1-3)
Nestes três versos, eles exultam a Deus, pois relembram do que passaram nas mãos dos babilônicos durante o exílio de 70 anos.
– A obra restauradora de Deus faz além do imaginamos; (v.s.1)
Eles olham para o passado e descrevem o sentimento presente como que se eles não estivessem acreditando que superaram tantas adversidades. Outrora haviam perdido tudo com a invasão dos babilônicos, haviam perdido a pátria, o templo, a liberdade, os costumes e as festas. Durante o exílio na Babilônia, eles foram escravizados, maltratados e perseguidos. Com todos estes males, eles foram tomados pela nostalgia, pela melancolia e pelo sofrimento. “Junto dos rios da babilônia, nós nos assentávamos e chorávamos, quando nos lembrando-nos de Sião.” 
Salmos 137:1. Mas Deus realizou uma obra de restauração e libertou os cativos das mãos de seus opressores, com isso, eles puderam voltar a sua pátria e recomeçar a sua vida.
– A obra restauradora de Deus, traz glória apenas ao Senhor; (v.s. 2 e 3)
Nestes dois versos, a obra da restauração é reconhecida, testemunhada, exultada e celebrada. O texto não deixa dúvidas, que a restauração feita a Israel, fora feita pelo Senhor. Entre as nações, nenhum outro deus, a não ser o Deus de Israel que recebera a glória e não só entre as nações o Senhor foi glorificado, os israelitas reconheceram que a obra restauradora, não era de feitio humano, de nenhum rei, de nenhum sacerdote ou levita, mas de Deus.

Não podemos nos esquecer, de olharmos para o passado com gratidão. Reconhecendo a obra restauradora de Deus em nós, de que Ele fez mais do que imaginávamos ou merecêssemos, imputando a Ele a glória, pois a obra da restauração, homem nenhum executa, a não ser o nosso Deus.

2º Encarar a realidade; (v.s.4)
- Sabendo que as vitórias do passado, não garantem um presente de conquistas; (“Restaura, Senhor, a nossa sorte”...)
No início do salmo, o salmista celebra a Deus pelas glórias do passado, no entanto, quando chega ao verso quatro, ele narra que necessita de um novo agir de Deus, pois o momento agora é outro. Muitas das bênçãos passadas, não nos mantém de pé hoje. Uma conquista do passado, não significa que vencerei sempre.
- Reconhecer a soberania de Deus com um clamor contínuo; (“Restaura, Senhor, a nossa sorte...”)
Quando o salmista pede a Deus, para que o Senhor restaure a sorte de seu povo, ele reconhece a soberania de Deus, sabendo que aquele que operou libertando-os das mãos dos babilônicos, era poderoso para abençoa-los mais uma vez. 
- Esperar o tempo de Deus;(“Restaura, Senhor, a nossa sorte, como as torrentes do Neguebe”.)
Quando o salmista faz um paralelo entre a restauração requerida e as torrentes do Neguebe, ele está dizendo em outras palavras, que ele esperará o tempo necessário para que a benção da restauração, alcance seu povo. Pois o Neguebe, é o maior deserto da Judéia, com uma extensão aproximada de 7.000 quilômetros, e durante onze meses ele fica seco, esperando ansiosamente pelo mês das chuvas, quando chove, as águas correm das montanhas e fluem pelas areias do deserto, formando assim as torrentes de águas. Por isso, assim como o deserto do Neguebe espera até o décimo segundo mês, para receber chuva, o salmista deseja a restauração assim como as torrentes do Neguebe.

No tempo presente, podemos estar passando por diversos problemas, mas devemos reagir, e encarar a realidade, pois a vida continua, mas Deus está conosco, por isso, devemos reconhecer que as vitórias do passado, não são garantias de conquistas no presente, não podemos nos esquecer da soberania de Deus tendo um clamor contínuo e saber esperar o tempo determinado por Deus.

3º Contemplar o futuro com esperança; (v.s. 5 e 6)
- Agindo num gesto de trabalho; (“semeiam” V.s.5)
Eles almejavam um futuro melhor, onde a restauração chegaria, mas não apenas almejaram, eles agiram trabalhando. Estavam semeando. Dispuseram-se a encarar o sol, o vento e o cansaço físico, para que alcançassem algo melhor. Pois eles olhavam para o futuro, com esperança.
- Agindo procurando um meio, para que a melhoria ocorresse; (v.s. 5 e 6)
Se ficassem como estavam, com as sementes ensacadas, não haveria colheita, então num ato de procurar um meio para que a situação melhorasse e restauração desejada acontecesse, eles semearam. Buscaram um meio, para que Deus pudesse abençoa-los.
- Agindo num gesto de fé;(“ Quem sai andando e chorando enquanto semeia...” V.s.6)
Eles tinham a semente, tinham a vontade de trabalhar e a esperança de uma melhoria. No entanto, a melhoria, era a única não palpável, era a única não vista, mas eles não guardaram a semente, mas num gesto de fé, a semearam. Certos de que a colheita viria.

Alguém já disse: “o futuro, a Deus pertence”, no entanto, nós podemos deseja-lo, mas não apenas deseja-lo, podemos trabalhar pra que ele seja de qualidade, podemos encontrar meios para que ele aconteça e ter fé, para que venhamos experimenta-lo. E este trabalhar, este meio e este gesto de fé, pode ser através da semeadura. Semeie suas habilidades, semeie seu tempo, semeie seu dinheiro, na sua família, no seus amigos e na igreja.

Por Kayo César

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