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segunda-feira, dezembro 12, 2011

Estudo: Sobre o Pentateuco


O Pentateuco consiste dos primeiros cinco livros do Antigo Testamento: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. O termo "Pentateuco" vem do vocábulo grego pentâteuchos que significa "cinco volumes" (de um livro) seguindo a designação judaica "os cinco quintos da Lei". Os judeus o chamam de "Torá" (ensino) que freqüentemente se entende em português como "Lei", Mt 5.17; Lc 16.17; At 7.53; l Co 9.8. O Pentateuco está construído com base num caráter descritivo duplo de narrativas interrompidas por porções de matéria legal, o que estudiosos entendem que corresponde ao gênero de tratado na forma senhor-servo, que combina história (o prólogo histórico) e leis (nas estipulações).
Embora o Pentateuco seja uma obra anônima, os livros dão indicações de que Moisés é o autor: a ele foram dados os encargos de escrever fatos históricos, Êx 17.14; Nm 33.1-2, leis, Êx 24.4,7; 34.27ss., e um poema, Dt 31.9-22. Moisés é referido como o autor também no restante do Antigo Testamento, Js l.7-8; 8.32,34; 22.5; l Re 2.3; 2 Re 14.6; 21.8; Ed 6.18; Dn 9.11-13: Ml 4.4. O Novo Testamento se refere a Moisés como o autor do Pentateuco, Mt 19.18; Mc 12.26; Lc 2.22; 16.29; 24.27; Jo 5.46-47; 7.19; At 13.39; Rm 10.5. Moisés é testemunhado como autor de todo o Pentateuco de forma unânime no Talmude e nos escritos dos Pais da Igreja.
Após muitos posicionamentos da Alta Critica, a qual analisa a veracidade do Velho Testamento, eles concluíram que, quando se afirma a autoria mosaica do Pentateuco, isto não significa que não tenha existido nenhuma editoria redacional da forma canônica final. Certamente Moisés não poderia ter escrito sobre sua própria morte no final do Deuteronômio, 34:5ss. Além disso, obviamente Moisés não foi testemunha ocular dos eventos do Gênesis. Sem dúvida, estes foram preservados por tradição oral até a época do Êxodo quando, por fim, Moisés os pôs por escrito.
Mesmo sendo cada livro uma unidade por si só, juntos eles formam um corpo e uniformidade maiores. Estes cinco livros formam a espinha dorsal teológica do restante do Antigo Testamento e do Novo Testamento, Dt 26.5-10: Js 24.2-13: At 13.17-41. Os livros contêm uma progressão cronológica e teológica. O Pentateuco apresenta a fundação da Teocracia - o restabelecimento do governo de Deus sobre a terra através do homem sobre o mal e sobre toda a criação.
A importância desses livros é inestimável e podemos entendê-la mediante a análise dos cinco pontos em que estão fundamentados: 
a) Cósmico - Explicam o cosmos dando o único relato antigo que identifica a "Primeira Causa", ou seja, o princípio unificador do Universo, procurado às cegas pelos filósofos e clássicos, está compreendido na primeira sentença; 
b) Étnico - Os livros do Pentateuco descrevem o começo e a expansão das três divisões raciais do mundo: oriental, negróides e ocidental; 
c) Histórico - Esses livros são os únicos a traçar a origem do homem numa linha contínua a partir de Adão. Todavia, não é sua intenção apresentar a história completa de todas as raças, mas sim um relato altamente especializado da implantação do reino teocrático no mundo e do plano de redenção da humanidade. Nesse processo, a história de Israel remonta a Abraão, através de quem Deus prometeu a redenção; 
d) Religioso - Esses livros são fundamentais. Retratam a Pessoa e o caráter de Deus, a criação do homem e sua queda, as alianças e promessas divinas de trazer a redenção através de um divino Redentor; 
e) Profético – Os livros do Pentateuco são a origem dos temas proféticos mais importantes da Bíblia. É a história centralizada no Messias associada à profecia centralizada no Messias. Apresentam, em conjunto, uma filosofia simétrica da história. As profecias preenchem a interpelação histórica através das demais revelações.

Existe o Pentateuco Samaritano, texto escrito pelos próprios samaritanos. Com letras diferentes do hebraico quadrático. É uma tradução livre, com parte do Velho Testamento.

Por Alaid S. Schimidt

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