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sexta-feira, abril 29, 2011

Estudo: Deus, através do Seu poder, se quisesse poderia ter evitado que o homem pecasse?


Certamente, Deus é o Todo-Poderoso, Sl 91.1. Ele poderia ter criado robôs ou bonecos que recitassem: “Eu te amo”, sempre que desse “corda” neles ou ligasse um botão. Deus teria “programado” o homem e dirigido como quisesse, à mercê de alguns controles remotos.
Para responder a essa pergunta, é preciso analisar, portanto, os atributos de Deus. Ele é Todo-Poderoso (Onipotente), ou seja, tem o poder sobre todas as coisas – “poderia”, se “quisesse”. Mas Ele também é o Grande Legislador, que comunica e revela ao homem a Sua perfeita vontade, esperando que haja uma retribuição de obediência – “poderia”, se o homem obedecesse. Creio que a lei de Deus já existia antes da criação do homem, caso contrário os anjos rebeldes não teriam sido julgados. Deus é, além disso, Justo e o Seu poder jamais anulará a Sua justiça. Deus não pode negar-Se a Si mesmo naquilo que Ele é, 2 Tm 2.13. A Sua santidade e o Seu amor não anula o Seu poder de julgamento.
Em vez de máquinas, Deus preferiu criar os homens à Sua imagem, com livre arbítrio. É logicamente impossível dar aos homens livre escolha e não lhes permitir decidir livremente. Mas não poderia Deus ter dado aos homens livre escolha e só eliminar as más conseqüências que resultassem dessas escolhas? Talvez, mas ainda é duvidoso que escolha sem conseqüência seja realmente autêntica. De qualquer modo, conseqüências sofridas são freqüentemente bênçãos. A sensação de dor quando tocamos um objeto quente ensina-nos a não tocar num fogão quente. Se não fosse sentida a dor, maiores danos certamente resultariam.
O detalhe é que se Deus interviesse na decisão do homem de pecar, estaria interferindo em sua liberdade de escolha, algo totalmente contra o governo de Deus. Analisando o relato da queda do homem (e entendendo o caráter de Deus), vemos que o pecado deveria ser evitado pelo homem e não por Deus. O homem tinha tudo em suas mãos para evitar o pecado, mas não o quis; isto mostra-nos que o evitar o pecado não era encargo de Deus, mas sim do homem, pois este recebeu inteligência para isto e também foi avisado das conseqüências do pecado, Gn 2.16 e 17.

Quando Deus fez todas as coisas, inclusive o homem e a mulher, viu que tudo era “muito bom”. Deus não criou o pecado e nem o mal. Mas Ele jamais deixaria o homem sem ter uma opção, sem tomar uma decisão de obedecer-Lho e desejar, por livre e espontânea vontade, servi-Lo e adorá-Lo. A especulação humana coloca a responsabilidade do pecado em Deus e inocenta o homem; a sabedoria de Deus justifica Deus e coloca o peso da culpa sobre o homem. A Escritura é o livro que do começo ao fim inocenta Deus e condena o homem.
Por outro lado, a Bíblia ensina que desde a fundação do mundo Cristo era especialmente amado de Deus Pai e o Único com poder para providenciar o resgate do homem caído e injetar nele a verdadeira e permanente “imagem de Deus”, 1 Pe 1.18-21. Em Ap 13.8 Jesus é retratado como o “cordeiro morto” (isto é, destinado à Sua obra expiatória) “desde a fundação do mundo”.
Estudiosos da Bíblia admitem que, antes mesmo da queda de Satanás e sua expulsão do céu, já o Senhor Deus escolhera Jesus para ser Aquele que haveria de vencer o pecado e o autor do pecado. Junto com a ordem divina para que o homem não caísse na desobediência, havia o conhecimento de que tal homem era pecável e o profundo amor de Deus providenciando um Salvador caso ele pecasse.
Os escritores rabínicos falam sobre “sete coisas” existentes antes da criação do mundo, e o Messias é uma dessas coisas, segundo certas tradições. Estudiosos entendem que o Plano da Salvação já existisse antes do homem cair em tentação. Analisando sob esse
aspecto, então Deus, ainda que quisesse, não poderia evitar que o homem caísse, porque o Seu plano incluía a derrota definitiva de Satanás e esta teria que ser por meio de Cristo, devido ao ultraje sofrido no céu quando aquele se rebelou, Cl 2.15. 

Estudo feito por Ev. Alaid S. Schimidt

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